Seguidores

quarta-feira, 25 de abril de 2012



QUERO VOAr

O sol começava a nascer e vinha manhosamente espreguiçando-se por trás de umas palmeiras imperiais que não sei como cresceram ali durante várias gerações e amontoadas espaçavam-se margeando o terreiro da cozinha do casarão da minha avó paterna. 

-Bom dia!

A preguiça da noite molemente como geleia escorria da minha cama e bocejando os meus olhos abriam para a vida. Janela aberta e cortinas brancas e transparentes a brincar de tica com o vento matinal igual a crianças em euforia formavam balões de ar em forma de desenho de nuvens e hipnotizado estava parado a contemplar.

-Bom dia!!

Insistentemente o dia pedia para acordar, sair daquela cama quentinha e gostosa e vim comtemplar o horizonte de forma vertical. Era muito mais forte do que eu aquela doce vontade de ficar deitado, olhando paras as telhas e cortinas a dançar eeu ali, deitado, quietinho com a mente limpa, sem nada a desenhar.  O cheiro da noite ainda reinava no ar e lentamente outros cheiros do dia iam se misturando, proporcionando uma fusão colossal. Mais um bocejo de leão aquecia todo o meu corpo que naturalmente espreguiçava-se em toda a expansão da cama.

-Bom dia!!!


            Entrou porta adentro como um bravio touro a buscar o meu olfato, puxando pelas narinas a ponto de intimá-las ao restante do corpo acordar. Aquele aroma agradável, forte e inconfundível do café coado da minha avó. Naquele momento senti vontade de criar asas, voar até a cozinha, tragar aquele néctar dos deuses e voltar flutuando, feliz para deitado o meu corpo acordar.